OLIVER
Gutyerrez
Gutyerrez
Histórias das ruas
O silêncio da noite é surpreendido
Por vozes estranhas e desesperadas...
Freadas violentas, sirenes policiais
Gritos, choros e gemidos que soam da rua...
Historias de quem vive nas ruas da cidades
O s invisíveis da sociedade
Os inumanos excluídos e despercebidos
A sociedade vestiu o homem de tal forma que ele já não se reconhece animal. Age como um ser humano soberano, perigoso e maquiavélico, " o outro" passou ser visto como inimigo a seus olhos, um estranho que precisa ser derrotado para sair do caminho da sua vontade de reinar sobre o diferente e o mais fraco.
Mas então, o que é ser um animal e um ser humano na sociedade para que possa ser visto como “o tal” ?
O que separa o ser humano de um animal?
Seria uma película ou pleura tecida no labirinto da mente fazendo a separação do drama ou das aculturações conseguidas por seus próprios esforços ou fracassos ou ainda pela sorte do destino de ter um pai rico ou tio avô que lhe deixou alguma riqueza como herança cultural ou monetária .
Quem é esse deus que se acha Eu Sou ?
Em síntese, apenas um humano com uma identidade que quer subordinar aqueles que aos seus olhos valem menos do que ele e que de imediato se torna um animal e o faz esquecer que é um ente da mesma natureza comum e animal.
Nessa relação o humano se define soberano e não um animal aos olhos do animal que o olha.
Por ser um humano , o homem quer se colocar sobre todas as formas de vida até e principalmente as criaturas ao seu redor , olha para os mendigos como fracassados que não fizeram esforço para progredir ou se deixaram dominar pelas drogas que os tornaram escravizadas sem forças para reagir
A informações na historia que DIÓGENES de Sínope foi o mais folclórico dos filósofos . Tornou-se mendigo e fez da pobreza uma virtude para filosofar. Diz-se que vivia num barril e carregava uma lamparina, procurando um homem honesto.
Pela forma como vivia , era conhecido em toda a Grécia como Kinos, o cão por comer sobejos dos barris de lixo . Atacava os valores gregos , e suas ideias de pobreza e mendigo foram disseminadas pelo mundo. Como símbolo de pobreza e orfandade (Chaves) passou morar dentro de um barril. (pesquisar)
A rua é um lugar muito perigoso mas foi aqui que encontrei uma família
Um fica cuidando do outro, o que agente tem par a comer a gente divide.
Antes eu queria uma família, agora me acostumei, não quero mais.
Roberto faz parte de uma realidade comum entre as pessoas que moram nas ruas
Pessoas que vieram de outros estados com sonhos, em busca de emprego que não conseguiram e acabaram sem ter como voltar e passaram morar nas ruas embaixo das pontes ou onde haja um lugar bem mais seguro nos becos ou praças ...
Marco Antônio que mora na rua desde a adolescência relata que começou a participar de “galeras” na década de 70 e conheceu o mundo das drogas e da prostituição
Relatou que sua família ´rica mais o abandonou por vergonha da sua escolha sexual , ele fala que a minha maior magoa é da minha família ,dos meus irmãos que me abandonaram . São uns egoístas, me veem pelas ruas e fingem que não me conhecem, lamentou.
Mario da silva , 29, anos declara que ao passar 10 meses em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos, ao voltar par a casa encontrou a esposa nos braços de um amante . A surpresa de ver e a desilusão foi o que me fez retornar para o mundo das drogas e buscar e conhecer a realidade das ruas. Tornou –se bastante difícil a vida ou a mudança, porque meus pais e meus irmão moram no interior do estado
A parte mais difícil é controlar o vicio, controlar a vontade de roubar, de matar, porque a revolta é muito grande , a magoa é muito grande . Eu tenho consciência que para mudar de vida só depende de mim ,agora o meu negocio é com Deus , concluiu .
Quando as pessoas em situação de rua preferem mentir sobre as suas informações pessoais
Por trás de cada morador de rua tem uma história de vida, uma historia de dor , um rompimento familiar , uma separação.
Não é qualquer pessoa que dá um prato de comida para um morador de rua
Conforme o centro de referencia Especializado para a população em situação de rua ( Centro Pop) , 95% das pessoas atendidas pelo órgão são homens e a maioria , de acordo com o gerente da entidade possui algum tipo de vicio em drogas ou bebida.
Há 15 anos morando nas ruas, sem um rumo certo e sem sonhos pra sonhar, Eduardo silva 32 anos disse que veio de uma cidade do nordeste para Manaus à procura de trabalho, constitui família , mas por causa das drogas encontrou nas ruas um refúgio das criticas familiares . Vivendo debaixo de uma ponte na sete de setembro Eduardo divide sua vida com outros companheiros e outros três cachorros que foram criados por ele desde pequeno pra relembrar os seus filhos de seu casamento ele colocou o nome dos filhos em cada cachorro.
Invisibilidade da sociedade é percebida também pelas pessoas em situação de rua.
Ele so deixa de ser invisível quando está incomodando . quando a presença dele passa a ser algo que perturbe a vizinhança . ai neste caso eles chamam a policia ou ate mesmo o agridem .
São pessoas com idade entre 28 a 40 anos . a maioria possui vínculos familiares rompidos e passam o dia na rua alguns trabalham como guardador de carros ou carregam cargas na área das feiras de Manaus e outras cidades
Celebrações
O período de festas de natal, para a maioria dos moradores de ruas é um momento de muita tristeza o nordestino Antonio da silva nem se lembra quando foi a ultima vez que reuniu a família .
O natal é uma época qe as pessoas se juntam , mas nos não temos isso, é como qualquer outro dia comum apenas vemos as luzes pisca pisca das ruas e os foguetes estourarem
Noutro dia agente conta que alguns irmãos possam vir aqui e trazer um pouco de comida pra gente...
A ceia de natal é um momento de amor ao próximo e os nossos parceiros acabam sendo a nossa família. Protegem um ao outro e partilham comida . trazem até o cachorro que acaba sendo um companheiro do dia a dia e defendem a noite latindo e acordando quando alguém de outro grupo quer nos atacar ou roubar
Morando na rua há 10 anos Januário, 43,disse nunca ter passado um natal com fome , mas dias comuns são incontáveis os dias que não teve o que comer. Januario se afastou do convívio familiar por caus a de dependência química . Divide com um vira- lata um pedaço de peixe que ele ganhou de uma boa senhora próximo ao mercado da cachoeirinha . É andarilho, afirma que a casa dele é como o poeta Vinicius de Moraes
Minha casa é por ai “ não tinha teto ,não tinha nada.
Prato cidadão